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Arquitetos: LGA Architectural Partners
- Área: 6767 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Bob Gundu
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Fabricantes: ABF Reinforcing Steel, Atkar, Carlisle SynTec, Cetco, EBS Geostructural, Forma-con, Kingspan Insulated Panels, Provincial Steel, Second Generation Furnishings, Timmerman Timberworks, Trulite
Descrição enviada pela equipe de projeto. A LGA Architectural Partners projetou a Escola de Arquitetura McEwen da Laurentian University para preparar jovens arquitetos para enfrentarem as questões críticas da disciplina no século XXI. McEwen não é uma escola típica de arquitetura – seu currículo enfatiza técnicas de arquitetura e construção focadas nos aspectos tradicionais e evolutivos da vida no norte, incluindo cultura indígena, construção em madeira, ecologias e recursos locais e projetos relacionados ao impacto das mudanças climáticas.
Como primeira nova escola de arquitetura do Canadá em 40 anos, a McEwen está situada em um contexto único, literal e figurativamente no centro das coisas: no centro de Sudbury, no cruzamento da Trans-Canada Highway com a Canadian Pacific Railway. Sudbury é uma cidade do norte de tamanho médio conhecida pela mineração de níquel, com vibrantes comunidades inglesas, francesas e indígenas. Embora Sudbury não seja extremamente distante em latitude, sua distância de outras cidades e sua separação por elementos naturais como água, rochas e florestas fazem com que ela pareça muito remota. Assim, o desafio do projeto era construir uma escola que respondesse a esse lugar: um laboratório de ensino para o avanço do projeto sustentável, voltado para a comunidade e nos climas do norte; um centro de estudos (think-tank) estimulante e vibrante para o centro de Sudbury; e um centro educacional destinado a servir uma comunidade tricultural.
A LGA trabalhou em estreita colaboração com o diretor fundador Terrance Galvin para guiar exercícios sobre a visão para o local com as partes interessadas e a comunidade local. Os resultados orientaram as prioridades arquitetônicas e um currículo baseado em questões relacionadas ao norte. Houveram muitos desafios incomuns: por exemplo, criar um edifício e um programa que pudesse mitigar o estresse experimentado por muitos estudantes que se afastaram pela primeira vez de comunidades isoladas e rurais — particularmente indígenas. Outras preocupações incluíam projetar com uma resposta apropriada à mão-de-obra local limitada da região e à mudanças sazonais extremas, ao mesmo tempo em que instituíam métodos eficientes de construção sustentável. A equipe entendeu que os critérios LEED não forneciam as métricas certas para esse ambiente e desenvolveu uma ferramenta personalizada: um “Manifesto de Projeto Sustentável” abordando especificamente o contexto do norte.
Em todos os sentidos, a LGA concebeu o campus como um instrumento didático através do qual os alunos poderiam aprender sobre a construção da arquitetura e, particularmente, sobre como ela poderia abordar a sustentabilidade, o clima e a cultura. O mini campus resultante une quatro diferentes tipologias de edifícios em torno de um pátio central. A primeira fase do projeto adaptou duas estruturas históricas: um trilho de madeira transformou o edifício do mercado em "FabLab", onde métodos de construção tradicionais e contemporâneos são explorados, e um antigo escritório de bilheteria e telégrafo da Canadian Pacific Railway que agora funciona como escritório do corpo docente. No futuro, o piso térreo se tornará um recurso adicional para a comunidade como uma fachada arquitetônica para a troca de conhecimento e consulta pública.
A segunda fase da construção da escola abrangeu dois novos edifícios: uma ala de aço e concreto que abriga as áreas de apresentação e de ateliê de projeto, e um prédio de madeira laminada cruzada (CLT) para o auditório e a biblioteca. Estes foram desenvolvidos com um sistema de construção “pele e ossos”: uma “pele” em painel possibilitou uma montagem eficiente com mínimo desperdício, com materiais que capturam o calor do sol no inverno e a ventilação passiva no verão; e “ossos”: sistemas estruturais simples e de grandes vãos (aço e madeira, respectivamente) que permitem espaços interiores abertos e altamente flexíveis. O edifício CLT imerge os estudantes neste produto relativamente novo que está prestes a ter um grande impacto na construção local. Voltado para o sul e protegido dos ventos predominantes, o pátio serve como uma sala de aula ao ar livre e espaço de construção, com uma área que permite que os estudantes e a comunidade local participem das tradições locais das Primeiras Nações.
“Como disciplina, a arquitetura incorpora ideologias de otimismo e determinismo: a crença de que nosso ambiente físico influencia e molda quem somos e como responderemos ao mundo”, afirma Janna Levitt, sócia-fundadora da LGA Architectural Partners. “Por essa razão, criar uma nova escola de arquitetura — uma que tenha a identidade do norte, exigindo um diálogo entre o local, o clima e a inclusão cultural — foi uma oportunidade estimulante. Nossa abordagem é muito canadense e também universal”.
De acordo com o diretor da McEwen, David Fortin, “Enquanto a identidade da Escola de Arquitetura McEwen se desdobrará ao longo das décadas à medida que nos expandimos e amadurecemos, sinto que a infraestrutura para esta escola 'do norte', pedagógica e arquitetonicamente, conseguiu vencer seu primeiro desafio. Essa já é uma escola de arquitetura como nenhuma outra e está apenas começando.”